28 agosto 2007

Um buraco na consciência

Hoje a Organização Meteorológica Mundial (WMO) anunciou que o buraco na camada de ozônio (lembra dele?) apareceu mais cedo e pode ser maior do que o registrado em 2006. Há dois anos, houve relatos de que estava enfim diminuindo. Mas ele continua lá, firme e forte.


Por enquanto, o buraco na camada de ozônio só sumiu mesmo do noticiário e da mente das pessoas.

Essa foi a primeira grande crise ambiental que mobilizou a humanidade. Quando ficou provado que os CFCs, gases usados em sprays de cabelo, geladeiras e em diversos processos industriais e agrícolas, atacam a capa de ozônio que nos protege dos raios ultravioleta, houve um levante para que seu uso fosse suspenso. O medo da radiação assombrava as pessoas.

Claro, houve gritaria de países desenvolvidos, que não queriam abrir mão dos CFCs, e do Terceiro Mundo, que dizia não ter dinheiro para agir. Tudo dentro do script: quando a Convenção de Montreal determinou a extinção dos CFCs, os países ricos já tinham desenvolvido tecnologias de substituição e os pobres tinham ajuda assegurada.

O problema do ozônio é emblemático em visões diametralmente opostas. É otimista ao lembrar que os países - quando querem - conseguem resolver suas diferenças e agir para resguardar o planeta. É pessimista ao saber que o tema pode facilmente cair no ostracismo.

Para agirmos contra o aquecimento global, problema urgente e ainda mais complexo, que exige comprometimento e estratégias de longuíssimo prazo, uma visão precisa da outra para sobreviver. Eu sou otimista.

O azul acima representa o buraco na camada de ozônio medido em 25 de agosto de 2007. O crédito da imagem é da Nasa; o crédito pelo problema é nosso

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